quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Política Externa nas Eleições 2018 - Parte 1

O candidato João Amoêdo em entrevista para a rádio Jovem Pan

Em 2014, essa ferramenta digital publicou algumas ideias dos candidatos a presidente da República sobre Política Externa. Com a aproximação do pleito eleitoral, inicia-se mais um ciclo, a fim de compreender o que pensam/defendem/propõem para essa área, esquecida e pouco explorada nos debates. 
No último Junho, o candidato do Partido Novo, João Amoêdo é entrevistado pelos integrantes da rádio Jovem Pan. Em determinado momento, o entrevistador Marco Antônio Villa emite a seguinte questão transcrita do vídeo abaixo (minuto 15:40 até 19:59):

Marco Antônio VillaÉ, candidato...eu fico pensando antigamente, 50 anos atrás, 40...As pessoas tinham muita preocupação em discutir no Brasil...elaborar um projeto para o Brasil. O grande momento, alguns grandes momentos do século XX brasileiro...Anos 30, 40, 50 e 60...Ah, a questão do papel do Brasil no mundo e a questão das relações exteriores...em um eventual governo do senhor, como será a inserção do Brasil no mundo? Nesse mundo globalizado que não há mais aquela velha polarização da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética...esse mundo multipolar é mais complexo do que era até a queda do Muro em 1989... Qual é a inserção do Brasil no mundo? Muito se pensava em Brasil potência em certa época, durante o regime militar, agora, muitos, esse atual governo não tem Política Externa...o anterior tinha uma política pré-queda do Muro... como é que ficaria no governo do senhor a política Externa do Brasil?  

João Amoêdo: Villa, no meu entendimento, o principal objetivo de Política Externa do Brasil deveria se abrir mais a economia, trazer parceiros para investir no Brasil... é... esse deveria ser o desafio... e se aliar com aquelas nações que têm princípios e valores semelhantes ao que a gente gostaria de ter, e não o que foi feito no passado... é que a gente se uniu muito com países atrasados, quer dizer claramente com um viés ideológico, defender bandeiras partidárias e não bandeiras da nação...

Marco Antônio Villa: Mas o projeto nacional tem contradições, candidato... o Brasil tem contradições com os Estados Unidos, nós não podemos estar no mesmo barco que os Estados Unidos porque historicamente, nós temos problemas...nós ficamos de joelhos, eu sempre falo de uma elite brasileira que adora os Estados Unidos.... tudo lá é melhor... na verdade são macacos, não pensam, para eles não existe nação... eu escrevi um artigo hoje, no Globo, que trata disso...eles habitam o Brasil, eles não são brasileiros, são traidores da pátria...então para mim, um bom governo é aquele que sabe que nós temos o interesse nacional...temos contradição com outros países, os Estados Unidos, China, Europa...podemos conviver com eles, mas que nós somos diferentes, ou seja, nós é que cantamos de galo e não somos galinha...o problema é que os liberais brasileiros algumas vezes são galinhas, não sabe que o Brasil tem a tradição de ser galo... me desculpe um pouco essa linguagem, mas o que me irrita um pouco... e aí nós vamos ter forças armadas presentes, fortes, forças armadas não é jogar dinheiro fora...nós temos uma presença no mundo e que passa por uma indústria bélica brasileira né? Passa por ter forças armadas importantes... o Brasil é um grande país, o Brasil não é para tal, os Estados Unidos manda e a gente faz porque a...direita brasileira, que direita, eles nem sabem o que é direita...Eles adoram falar do presidente americano atual, que é um bobalhão...e não sabe que nós temos a nossa visão de país, durante o regime militar que tem muitos defeitos e algumas qualidades, mas nós tínhamos a política do Azeredo da Silveira, o Pragmatismo Responsável, o interesse nacional acima de tudo e agora no governo do senhor, nós vamos ficar de joelhos para os Estados Unidos, para a China ou a Europa ou o Brasil vai cantar de galo?

João Amoêdo: De jeito nenhum, a gente não tem de ficar de joelho, o Brasil tem vantagens competitivas em vários segmentos, o agronegócio no Brasil é um exemplo, é mundial, de produtividade e capacidade de entrega... então o que eu tenho dito é o seguinte, o que a gente precisa é colocar o que a gente tem de vantagem competitiva do nosso lado e buscar o que para trazer do outro lado é sem essa... e mesmo com a China não tem porque a gente ficar numa condição subalterna... o Brasil é um país rico em recursos naturais, um povo empreendedor, trabalhador, criativo, então tudo isso a gente tem que mostrar... então eu concordo com a sua linha, a gente não tem porque ser refém desse processo, não precisa ser... acho que isso é o mais importante, agora na medida em que a gente abre mais as nossas fronteiras, abra mais os nossos mercados, eu confio exatamente na nossa capacidade... agora o que existe hoje que é um fechamento muito grande, é uma proteção muito grande para quem está aqui e isso quem paga a conta é o cidadão brasileiro, pagando uma carga tributária elevada e pagando ainda o valor muito alto em todos os produtos que consome... então a gente abrir mais e isso vai ser muito bom, por exemplo para o agronegócio com a capacidade de exportar maior e para outros mercados, então o Brasil tem que ter...é a gente não precisa ter medo de abrir porque nós somos competitivos. 

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