terça-feira, 28 de agosto de 2018

Política Externa nas Eleições 2018 - Parte 6


A candidata pelo Partido Verde, Marina Silva, lança seu programa de governo chamado, Brasil Justo, ético e sustentável, com as principais ideias para alcançar a presidência da República. Na seção, Política Externa como Política de Estado (p. 18), ela mostra quais as suas crenças para a temática em seu governo:

A política externa deve ser uma política de Estado, orientada por princípios e valores, como a defesa dos direitos humanos, da democracia, da autodeterminação dos povos e da não-intervenção, sem sujeição a relativizações de cunho ideológico.
Em nosso governo a política externa terá o compromisso com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, a promoção da paz e da cooperação internacional.
A política externa deve nos proteger do que é prejudicial e canalizar o que nos é benéfico para a reconstrução do País. Nosso protagonismo nas negociações multilaterais por meio da Organização das Nações Unidas e demais organismos multilaterais e regionais será fortalecido e ampliado. Para tanto, devemos retomar nosso o mais rápido possível nosso lugar no Conselho de Segurança.
Para nós, a política externa brasileira deve ser ao mesmo tempo realista e transformadora. Realista para identificar exatamente nossas forças, nossos limites e nossos interesses, sem viés ideológico, e transformadora para identificar como modular as influências externas em nosso benefício e como e quando projetar nossos interesses e influências para o aperfeiçoamento da sociedade internacional. Neste sentido, há muito a contribuir para eventuais iniciativas que ajudem na solução de crises crônicas, como no oriente médio, por exemplo.
O Brasil precisa estar cada vez mais conectado às regiões e correntes dinâmicas da economia mundial e às cadeias globais de valor. Não temos a ganhar com o protecionismo. Precisamos de mercados abertos a nossos bens e serviços. A partir de um Mercosul modernizado e livre de barreiras internas, é preciso concluir as negociações com a União Europeia e com outros parceiros dispostos a uma abertura mutuamente vantajosa. Além das negociações tarifárias tradicionais, precisamos trabalhar por harmonização de regras, por esquemas efetivos de facilitação de comércio, pela promoção de investimentos. Arranjos bilaterais ou em formatos variáveis, que não firam os princípios da união aduaneira, também devem ser buscados. Devemos avançar mais na relação com a Aliança do Pacifico (Chile, Peru, Colômbia e México) visando um tratado de livre comércio.
Quatro regiões do mundo são fundamentais para a política externa Brasileira: América do Sul, América do Norte, União Europeia e Leste Asiático. Com as quatro regiões devemos promover o aumento da interdependência econômica, tecnológica, politica e cultural. Empresas das três ultimas regiões tem vastos investimentos no Brasil que podem ser ampliados substancialmente e assim contribuir a compensar parcialmente a baixa taxa de poupança/investimento interno. Vivemos num mundo em que cresce cada vez mais a importância da tecnologia, por isso a politica externa dedicará uma atenção especial a nossa relação com as sub-regiões do mundo que estão na fronteira da inovação tecnológica (em particular da inteligência artificial e da manufatura 4.0), como por exemplo o Vale do Silício na Califórnia e Baviera na Alemanha.
Nosso esforço externo tem de ancorar-se firmemente na África, continente em rápido crescimento econômico e demográfico. Com os irmãos africanos, nossa perspectiva não deve ser de uma falsa “ajuda”, mas sim de parceria. Vamos criar um ambiente favorável para que empresas brasileiras participem do processo de transformação produtiva e do desenvolvimento sustentável da África.
A liderança do Brasil no tratamento multilateral do desenvolvimento sustentável será resgatada e se tornará uma marca da diplomacia brasileira. O Brasil deve estar na vanguarda das discussões internacionais em matéria de mudança do clima e biodiversidade.

Fonte: Diretrizes do Programa. Disponível em: <https://marinasilva.org.br/>. Acesso: 27/08/2010.

2 comentários:

  1. Prezados, que eu saiba ela é do REDE. Esta noticia é de 2010 ou 2018? Fiquei confusa.

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  2. Oi Silvana,
    Obrigado pela visita. Desculpe. Foi um lapso. Retifico, é o REDE.

    Abraços,
    Danilo Sorato.

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