terça-feira, 21 de outubro de 2014

5 obras fundamentais para você ler, Diplomata


Capa da Revista Sapientia, Nº 20

 
"Há muitas obras de qualidade no acervo bibliográfico da FUNAG que poderão contribuir para a formação dos postulantes à carreira diplomática. É difícil citar apenas cinco. Começaria por recomendar os Clássicos IPRI. A coleção é composta por doze livros. Representam obras essenciais para o estudo em profundidade das relações internacionais, em seus aspectos políticos, econômicos e jurídicos. Sua leitura amplia a capacidade de entender e formular conceitos, de refletir sobre os temas da política internacional. Essas publicações contribuem para desenvolver o pensamento nacional autônomo acerca das grandes questões com que se defronta a diplomacia brasileira, bem como no tocante às oportunidades para o Brasil no mundo globalizado. Dentre os doze livros, indicaria, para começar, a Política entre as Nações, de Hans Morgenthau.

A segunda obra que recomendaria são os três volumes já citados do Pensamento Diplomático Brasileiro. Formuladores e Agentes da Política Externa (1750-1964), publicado em 2013 no contexto da II Conferência sobre Relações Exteriores, organizada pela FUNAG. Creio tratar-se de uma iniciativa bem sucedida de identificar os principais personagens e suas contribuições para uma narrativa das ideias e concepções fundadoras daquele pensamento no período.

Minha terceira sugestão seria o Brasil nas Nações Unidas, uma compilação de todos os discursos brasileiros proferidos na Abertura do Debate da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 1946 a 2011, acompanhados de comentários elucidativos do Embaixador Luiz Felipe Seixas Corrêa. Trata-se de um livro de consulta necessária à compreensão da evolução do multilateralismo político advinda da palavra de presidentes e chanceleres brasileiros. Representa momento de rico simbolismo para a política externa e reflete a tradição de ser o Brasil o país que inaugura a parte mais importante das manifestações de alto nível dos países membros da ONU nas discussões em plenário da Organização.

Recomendo também a obra The Quest for Autonomy, de Andrew Hurrell, publicado em 2014. Hurrell é um teórico da escola inglesa, discípulo de Hedley Bull. Atraído pela busca de autonomia da política externa brasileira, veio ao Brasil nos anos 70 e 80 para analisar os fatores que respondem por sua formulação e execução. O trabalho tem o mérito adicional de constituir referência conceitual e metodológica para a elaboração de pesquisas e trabalhos acadêmicos dessa natureza.

Gostaria também de anunciar o lançamento do livro editado em meio eletrônico e disponível no portal da FUNAG a partir de pesquisa concluída pelo CHDD da correspondência oficial entre Rui Barbosa e o Barão do Rio Branco, no contexto da participação do Brasil na II Conferência de Paz da Haia, de 1907. A obra preenche lacuna de um século na historiografia e na memória diplomática brasileira. Recomendaria também sua leitura" (LIMA, Sérgio E. M. Revista Sapientia, N° 20, pp-12)


Revista Sapientia, Edição: 20

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Que isso, meu caro "Missão Diplomática" (Espero que não seja seu nome hein?). Apenas reproduzi na íntegra a opinião do grandíssimo Embaixador Sérgio Moreira Lima. Espero que mantenhamos o contato (e por que não, que vire uma possível cooperação, certo?) Abraço.

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