Capa da Revista Sapientia, Nº 20 |
"Há muitas obras de qualidade no acervo
bibliográfico da FUNAG que poderão contribuir para a formação dos postulantes à
carreira diplomática. É difícil citar apenas cinco. Começaria por recomendar os
Clássicos IPRI. A coleção é composta por doze livros. Representam obras
essenciais para o estudo em profundidade das relações internacionais, em seus
aspectos políticos, econômicos e jurídicos. Sua leitura amplia a capacidade de
entender e formular conceitos, de refletir sobre os temas da política internacional.
Essas publicações contribuem para desenvolver o pensamento nacional autônomo
acerca das grandes questões com que se defronta a diplomacia brasileira, bem
como no tocante às oportunidades para o Brasil no mundo globalizado. Dentre os
doze livros, indicaria, para começar, a Política entre as Nações, de Hans
Morgenthau.
A segunda
obra que recomendaria são os três volumes já citados do Pensamento Diplomático
Brasileiro. Formuladores e Agentes da Política Externa (1750-1964), publicado
em 2013 no contexto da II Conferência sobre Relações Exteriores, organizada
pela FUNAG. Creio tratar-se de uma iniciativa bem sucedida de identificar os
principais personagens e suas contribuições para uma narrativa das ideias e
concepções fundadoras daquele pensamento no período.
Minha
terceira sugestão seria o Brasil nas Nações Unidas, uma compilação de todos os discursos
brasileiros proferidos na Abertura do Debate da Assembleia Geral das Nações
Unidas, de 1946 a 2011, acompanhados de comentários elucidativos do Embaixador
Luiz Felipe Seixas Corrêa. Trata-se de um livro de consulta necessária à
compreensão da evolução do multilateralismo político advinda da palavra de
presidentes e chanceleres brasileiros. Representa momento de rico simbolismo
para a política externa e reflete a tradição de ser o Brasil o país que
inaugura a parte mais importante das manifestações de alto nível dos países membros
da ONU nas discussões em plenário da Organização.
Recomendo
também a obra The Quest for Autonomy, de Andrew Hurrell, publicado em
2014. Hurrell é um teórico da escola inglesa, discípulo de Hedley
Bull. Atraído pela busca de autonomia da política externa brasileira,
veio ao Brasil nos anos 70 e 80 para analisar os fatores que respondem
por sua formulação e execução. O trabalho tem o mérito adicional de
constituir referência conceitual e metodológica para a elaboração
de pesquisas e trabalhos acadêmicos dessa natureza.
Gostaria também
de anunciar o lançamento do livro editado em meio eletrônico e disponível no portal
da FUNAG a partir de pesquisa concluída pelo CHDD da correspondência oficial
entre Rui Barbosa e o Barão do Rio Branco, no contexto da participação do Brasil
na II Conferência de Paz da Haia, de 1907. A obra preenche lacuna de um século
na historiografia e na memória diplomática brasileira. Recomendaria também sua
leitura" (LIMA, Sérgio E. M. Revista Sapientia, N° 20, pp-12)
Revista Sapientia, Edição: 20
Muito boas as dicas, Danilo !
ResponderExcluirQue isso, meu caro "Missão Diplomática" (Espero que não seja seu nome hein?). Apenas reproduzi na íntegra a opinião do grandíssimo Embaixador Sérgio Moreira Lima. Espero que mantenhamos o contato (e por que não, que vire uma possível cooperação, certo?) Abraço.
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