sábado, 11 de outubro de 2014

Que Mau-hÁ em investir Imperador ?

Slogan do filme

Afinal quem mandava no Brasil, o Imperador (Pedro II) ou o Rei (Mauá)?  O Filme, " O Barão de Mauá, O Imperador e o Rei", é um barril de sensações positivas e negativas. Baseado nas péssimas produções nacionais sobre dramas históricos, a produção de 1999  peca pela artificialidade nos diálogos entre os atores, que mais faz lembrar uma aula de história decorada, do que realmente uma versão natural de um fato histórico. Por outro lado, pode-se ressaltar a figura do maior empresário brasileiro da história, dono de investimentos que financiaram o Estado brasileiro durante o Segundo Reinado. Bancos, Companhias de navegação, estradas de ferros (Santos-Sp) são meros instrumentos, se comparados ao financiamento da diplomacia brasileira na região do Prata, o que denomina-se "Diplomacia dos Pacatões". Os investimentos que o Barão de Mauá fez no Uruguai, Argentina e Paraguai proporcionaram ao Brasil a expansão na sub-região, e mais que isso, fincaram a condição de potência que perdura até hoje, no qual o ápice foi a Guerra do Paraguai.   Mais uma vez: Quem mandava no país, a política ou a economia?
 
 
cena-emblema entre Visconde de Feitosa e o jovem Mauá: Conservar a Política ou Liberar a Economia?
 
A resposta da questão, está na cena mais emblemática do filme: o confronto de ideias entre o Visconde de Feitosa e o jovem Mauá após o primeiro encontro entre eles. De um lado o  partido conservador, representado pela ideia de centralização; de unidade; de intervenção do Estado Imperial na economia (Isso não é novo no brasil, hein?), e claro em fazer política antes que economia. Enquanto de outro, o jovem empreendedor, nacionalista convicto, com a ideia de mudar o país a partir de maior liberdade econômica, baseado em industrialização, para transformar o Brasil em potência mundial. Uma guerra de olhares e diálogos que perdura pelo filme inteiro, com avanços e recuos de cada lado, até finalmente a falência de Mauá. A queda do principal empresário brasileiro no século XIX, é a morte da economia liberal no país. Em consonância, a vitória do Visconde de Feitosa antes que uma supremacia conservadora e política, simboliza a morte do governo imperial. Era o começo do Fim.
 
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Produzido em 1999 pelo diretor Sérgio Rezende, e interpretado pelos atores nacionais, com excelente cartaz como Paulo Betti (Mauá), Malu Mader (May), Othon Bastos (Visconde de Feitosa) e Hugo Carvana (Queirós).
 
 

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