segunda-feira, 20 de abril de 2015

Feliz Dia do Diplomata!

 Decreto Nº 666.217 de 17 de fevereiro de 1970, sobre a criação do Dia do Diplomata

O Dia do Diplomata foi instituído em 17 de fevereiro de 1970, como homenagem ao patrono da diplomacia brasileira, o famoso, Barão do Rio Branco. Mas quem foi o Barão do Rio Branco?
José Maria da Silva Paranhos Júnior nasceu em 20 de abril de 1845, no Rio de Janeiro, filho de José Maria Paranhos, o Visconde do Rio Branco, importante político do Partido Conservador e chefe de governo de maior duração do Segundo Império (1840-1889). Entrou para a carreira diplomática em 1876, designado Cônsul Geral do Brasil em Liverpool. Nesse período  até o ano de 1902, intercalou serviços em Liverpool, Paris e Berlim. Aproveitou para estudar sobre história diplomática e militar, geografia colonial, mapas e documentos de arquivos sobre o Brasil, publicando livros em seguida, como por exemplo, comentários sobre a História da Guerra da Triplíce Aliança de Ludwing Schnneider, Efemérides Brasileiras, Esquisse du l'Histoire de Brésil. Em 1888, recebeu o título de Barão do Rio Branco, superando o pai. Em seguida, defendeu o Brasil nas questões fronteiriças de Palmas contra a Argentina (1895) e Amapá contra a França (1900). Em ambas, conquistou laudo favorável ao Brasil, respectivamente emitido pelos presidentes dos EUA e Confederação Helvética. Sua fama cresceu no Brasil, sendo chamado pelo presidente Rodrigues Alves, em dezembro de 1902, para o cargo de Ministro das Relações Exteriores, onde permaneceu até 1912, ano do seu falecimento. No cargo, lidou com crises diplomáticas perigosas, como na Bolívia, onde solucionou com o Tratado de Petrópolis (1903), definindo o Acre como território brasileiro. Ademais, obteve soluções limítrofes com Equador (1904), Inglaterra (1904), protocolo com a Venezuela (1905), acordo com Países Baixos-Suriname (1906), Colômbia (1907), tratado retificatório com o Uruguai e dois acordos com o Peru (a primeira em 1904 e finalmente em 1909). Também, foi inteligente e perceptivo ao criar a Embaixada dos EUA em Washington (1905), deslocando o eixo  assimétrico da diplomacia brasileira da Inglaterra para os EUA. No eixo simétrico, procurou melhorar as relações do país com o continente, especialmente, ao propor o Pacto ABC, entre Argentina, Brasil e Chile, assinado apenas em 1915; diminuiu as tensas relações com a Argentina, primeiro, com o chanceler argentino, Estanislao Zeballos, acerca do telegrama nº9, e depois, com a desconfiança argentina de possível plano expansionista brasileiro ao modernizar a marinha brasileira. Finalmente, ainda conseguiu a nomeação do primeiro cardeal da América Latina; atuou conjuntamente com Rui Barbosa na defesa do princípio da igualdade entre os Estados na Segunda Conferência de Paz de Haia, em 1907; e resolveu os problemas diplomáticos com a Alemanha sobre o caso Panther.      

Jornal do Brasil, em 10 de fevereiro de 1912, lamenta o falecimento do Barão do Rio Branco.
A biografia revela uma figura imponente, ímpar e única. Uma história factual e positivista que alguns diriam extremamente elitista. Mas,  dois causos podem exemplificar a importância de Rio Branco para o Brasil e seu povo. O primeiro aconteceu nas prévias eleitorais, quando se negou a concorrer ao cargo de presidente da República, mesmo com apelos populares fortes. E a segunda, justamente na data de sua morte, em 10 de fevereiro de 1912. Nesse dia,  o Carnaval foi adiado pela primeira vez na história do país, e a população chorou a morte do seu querido Chanceler.   A sua lembrança segue viva e forte na memória nacional. Quem aí nunca olhou a moeda de 50 centavos do Real? Ouviu nome de rodovia? Capital? Cidade? Praça? Instituições governamentais? Viva ao Barão! Feliz dia do Diplomata!

Bibliografia:
Brasil, [leis,etc.]. Coleção das Leis da República Federativa do Brasil de 1970. Brasília: Departamento de Imprensa Nacional, 1970.

RICUPERO, Rubens
. José Maria da Silva Paranhos Júnior (Barão do Rio Branco): A fundação da política exterior do Brasil. In: Pensamento Diplomático Brasileiro: formuladores e agentes da política externa (1750-1950)/ José Silva de Sá Pimentel (org.). Brasília. FUNAG, 2013.

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